Fitoterápicos em Cães e Gatos: Guia Acadêmico Completo sobre Uso, Benefícios, Riscos e Perspectivas Futuras
- Gabriela Oliveira
- 1 de out.
- 3 min de leitura

A busca por alternativas naturais e complementares na medicina veterinária vem crescendo em todo o mundo. Entre elas, os fitoterápicos para cães e gatos — medicamentos derivados de plantas — ocupam posição de destaque, seja como auxiliares em terapias convencionais, seja como foco de pesquisas científicas em expansão.
Neste artigo, reunimos um estudo aprofundado e acadêmico, revisando usos, eficácia, riscos, exemplos clínicos e tendências futuras, incluindo a polêmica e promissora área dos fitocanabinoides (CBD e derivados de Cannabis).
Se você é tutor, estudante de medicina veterinária ou profissional da área, este material foi feito para você.
🌱 1. O que são fitoterápicos em pets?
Fitoterápicos são medicamentos obtidos a partir de extratos vegetais, contendo compostos bioativos que exercem efeitos terapêuticos. Diferem de “produtos naturais” genéricos porque passam por processos de padronização, garantindo concentração mínima de princípios ativos.
➡️ Em cães e gatos, a fitoterapia pode ser usada para:
controle da ansiedade (valeriana, camomila, passiflora);
redução da dor e inflamação (cúrcuma, garra-do-diabo);
apoio digestivo (gengibre, boldo);
fortalecimento imunológico (equinácea, própolis);
tratamento complementar de doenças crônicas.
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🐾 2. Por que estudar fitoterapia em cães e gatos?
Crescimento da demanda: tutores buscam soluções mais naturais, muitas vezes influenciados pelo próprio consumo humano de produtos fitoterápicos.
Atenção ao bem-estar animal: cada vez mais, busca-se reduzir efeitos colaterais de terapias convencionais.
Avanço científico: universidades como Cornell e USP já desenvolvem estudos clínicos em pets.
🧪 3. Principais fitoterápicos usados em cães e gatos
3.1 Ansiedade e comportamento
Valeriana (Valeriana officinalis): calmante natural, útil em cães ansiosos.
Passiflora (maracujá): efeito ansiolítico leve, usado em cães e gatos.
Camomila: ação suave, anti-inflamatória e calmante.
3.2 Sistema digestivo
Gengibre: eficaz contra náuseas e vômitos.
Boldo: usado em distúrbios hepáticos (com cautela, pois altas doses podem ser tóxicas).
3.3 Dor e inflamação
Cúrcuma (Curcuma longa): potente anti-inflamatório natural.
Garra-do-diabo (Harpagophytum procumbens): utilizada em artrite e dores crônicas.
🔗 Para mais informações gerais sobre nutrição e alimentação de pets, consulte o Guia de Alimentação Pet da Royal Canin.
⚖️ 4. Riscos e toxicidades
Nem toda planta é segura. Alguns exemplos:
Cebola, alho e uva: altamente tóxicos para cães e gatos.
Babosa (Aloe vera): pode causar vômito e diarreia.
Chá verde em excesso: risco de sobrecarga hepática.
👉 A automedicação nunca é recomendada. Sempre consulte um médico veterinário antes de introduzir qualquer fitoterápico.
📚 5. Evidências científicas e lacunas
A literatura aponta:
Resultados promissores em dor crônica e ansiedade canina.
Poucos estudos controlados em gatos.
Carência de ensaios multicêntricos e padronização de dosagens.
🔗 O Journal of Veterinary Internal Medicine é uma das fontes mais citadas sobre uso de fitoterápicos em pets. Leia aqui alguns artigos de referência.
🧑⚕️ 6. O papel do veterinário
O uso seguro depende de:
Avaliação clínica completa.
Verificação de interações medicamentosas.
Definição de dose, tempo de uso e forma de administração.
Na Garras e Bigodes, trabalhamos sempre em conjunto com profissionais de confiança, como o Dr. Wendeniz Marcelo, para orientar tutores com responsabilidade e carinho.
🌿 7. Fitoterápicos e bem-estar animal
Exemplos práticos de aplicação:
Cães idosos com osteoartrite: uso de cúrcuma pode reduzir dor e aumentar mobilidade.
Gatos ansiosos em mudanças de casa: valeriana pode auxiliar na adaptação.
Pets com episódios digestivos recorrentes: gengibre pode ajudar no controle de náusea.
🌍 8. Fitocanabinoides em cães e gatos (CBD e derivados de Cannabis)
Substâncias principais:
CBD: ansiolítico, analgésico, anticonvulsivante.
THC: psicoativo e tóxico para pets.
Evidências:
Epilepsia refratária: ensaios mostram redução da frequência de crises em cães.
Osteoartrite: melhora em dor e mobilidade com uso de CBD.
Ansiedade: evidências ainda limitadas.
Gatos: estudos escassos; THC deve ser totalmente evitado.
🔮 9. Perspectivas futuras
Desenvolvimento de extratos padronizados para pets.
Pesquisas com nanotecnologia para maior absorção.
Crescente interesse acadêmico em CBD veterinário.
O uso de fitoterápicos em cães e gatos abre portas para uma medicina veterinária mais integrativa, responsável e humanizada. Contudo, os riscos existem, a ciência ainda caminha e a orientação profissional é indispensável.
Na Garras e Bigodes, acreditamos que o futuro da saúde animal passa pelo equilíbrio entre ciência, natureza e cuidado humano.
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